quarta-feira, 30 de abril de 2014

Arte Conceitual e as Novas Linguagens da Arte Contemporânea


Como combinamos em aula, abaixo seguem algumas definições sobre as Novas Linguagens da Arte Contemporânea a partir das quais vocês terão que desenvolver o trabalho para o nosso seminário. Cito também os nomes de alguns artistas que trabalham ou trabalharam com tais linguagens. Pesquisem no Google o nome do artista e a linguagem. Em outros posts eu colocarei vídeos com exemplos, mas não fiquem presos/as somente aos vídeos que postarei. Pesquisem e encontrem trabalhos com os quais vocês se identifiquem. Abraços!

Só para relembrar:

Seminário - Novas Linguagens da Arte Contemporânea
Valor -  2,0 pontos
Grupos - 1) Performance, 2) Happening, 3) Instalação, 4) Intervenção artística, 5) Vídeoarte
Orientações - Desenvolver um trabalho a partir da linguagem sorteada em sala para o seu grupo (o tema fica a critério de cada grupo: cotidiano, violência, crítica social, política, etc...); Registrar o trabalho/apresentação com fotos e/ou vídeo; Fazer uma pesquisa sobre a linguagem sorteada para o grupo e entregá-la impressa no semana seguinte à apresentação (anexar fotos da apresentação do trabalho); Elaborar um resumo da pesquisa para ser entregue para todos os alunos da turma (para estudar para a prova); Imprimir 06 fotos em uma única página para que todos do grupo coloquem em suas pastas. O primeiro tempo da aula será reservado para a organização das apresentações e preparação da instalação e da intervenção.

Qualquer dúvida comentem esse post ou me envie um e-mail: raphaellanzillotte@oi.com.br
Obrigado! ;) 

"A Arte Contemporânea não pode ser 'vista' apenas com os olhos. 
Precisa ser 'percebida' com todo o corpo do seu espectador."


Na Arte Conceitual a arte deixa de ser primordialmente visual, feita para ser olhada, e passa a ser considerada como ideia e pensamento. Muitos trabalhos que usam a fotografia, xerox, filmes ou vídeo como documento de ações e processos, geralmente em recusa à noção tradicional de objeto de arte, são designados como Arte Conceitual. Além da crítica ao formalismo, artistas conceituais atacam ferozmente as instituições, o sistema de seleção de obras e o mercado de arte. Diante dessa diversidade de meios, o próprio conceito de arte se amplia, abrangendo, a partir de então, novas linguagens.

A Arte Contemporânea privilegia o conceito na obra de arte, assim novas linguagens artísticas são desenvolvidas (instalação, vídeo-instalação, vídeo-arte, assemblage, land-art, intervenção artística, performance, happening, body-art, arte digital, etc.) de acordo com a incorporação das novas tecnologias e de novas formas de pensar. Vejamos mais detalhadamente algumas dessas novas linguagens: 

INSTALAÇÃO


É a partir da década de 60 que o termo “instalação”, que até então significava a montagem (a instalação) de uma exposição, passa a nomear essa operação artística em que o espaço, o entorno, torna-se parte constituinte da obra. A instalação como linguagem artística se popularizou na década de 70, designando ambientes construídos e ocupados por objetos diversos, podendo estimular outros sentidos além da visão, como olfato, tato e audição. Na instalação a obra é lançada no espaço, com o auxílio de materiais muito variados, na tentativa de construir um certo ambiente ou cena, cujo movimento é dado pela relação entre objetos, construções, o ponto de vista e o corpo do observador. Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la, passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos. Artistas representativos da Instalação: os minimalistas Sol LeWitt , Robert Morris, Dan Flavin; a americana Jessica Stockholder; e na produção brasileira: Lygia Pape - o Ovo e oDivisor, por exemplo -, além das teias, ninhos e penetráveis realizados por Hélio Oiticica. Ensaiam ainda instalações, José Resende, trabalho sem título, 1982, com borracha, tubo e compressor de ar; Tunga, Lagarte III, 1989; Mira Schendel, com Ondas Paradas de Probabilidade, na 10ª Bienal Internacional de São Pauo, em 1969 e Nuno Ramos, com 111, 1992. Pode-se mencionar ainda os nomes de Cildo Meireles, Carlos Fajardo e Antonio Manuel.


PERFORMANCE e HAPPENING


Forma de arte que combina elementos do teatro, das artes visuais e da música. Nesse sentido, a performance liga-se ao happening (os dois termos aparecem em diversas ocasiões como sinônimos), sendo que neste o espectador participa da cena proposta pelo artista, enquanto na performance, de modo geral, não há participação do público. A performance deve ser compreendida a partir dos desenvolvimentos da Arte Pop, do Minimalismo e da Arte Conceitual, que tomam a cena artística nas décadas de 1960 e 1970. Alguns artistas: Yves Klein, Flavio de Carvalho, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Carlos Fajardo, Jose Resende, Frederico Nasser, Hélio Oiticica, Guto Lacaz, Hudnilson Junior


VÍDEO-ARTE e VÍDEO-INSTALAÇÃO

Linguagem artística que faz uso das imagens eletrônicas, rompendo com os padrões estéticos estabelecidos pelas narrativas da televisão e do cinema. No Brasil, o início da vídeo-arte data do princípio da década de 70, em plena ditadura, quando a ficção estava em alta na TV e a vídeo-arte surge como uma linguagem de contracultura, desmascarando uma realidade sufocante. Já a vídeo-instalação se caracteriza pela junção da vídeo-arte com a instalação, onde a produção audiovisual se incorpora ao espaço expositivo e ao contexto conceitual do trabalho exposto, principalmente.



Uma nova forma de olhar está implicada nesse processo, distante da ilusão projetada pela tela cinematográfica e da observação da obra tal como costuma ocorrer numa exposição de arte. O campo de visão do espectador é alargado, transitando das imagens em movimento do vídeo ao espaço envolvente da galeria. As cenas, os sons e as cores que os vídeos produzem, menos do que confinados ao monitor, expandem-se sobre e ao redor das paredes da galeria, conferindo ao espaço um sentido de atividade: o olho do espectador mira a tela e além dela, as paredes, relacionando as imagens que o envolvem.


Como exemplo citamos o ato do artista Paulo Herkenhoff de engolir páginas de jornal cujo texto fora adulterado pela censura vigente. Esta ação simbólica foi captada pela câmera em tempo real, sem cortes, em filmagem direta, onde as falhas são significativamente incorporadas à narrativa. 


Outros artistas: Vito Acconci com Undertime, 1973, Air Time, 1973 e Command Performance, 1974; o músico e artista multimídia Nam June Paik com TV Garden, 1974 e Magnet TV, 1965; Peter Campus com Shadow Projection, 1974 e Aen, 1977; Joan Jonas - Funnel, 1974 e Twilight, 1975; a videoartista Ira Schneider - Bits, Chuncks & Prices - a Video Album, 1976. No Brasil: Antonio Dias, Artur Barrio, Iole de Freitas, Lygia Pape, Rubens Gerchman, Agrippino de Paula, Arthur Omar, Antonio Manuel e Hélio Oiticica, Sônia Andrade, Fernando Cocchiarale, Anna Bella Geiger, Ivens Machado, Letícia Parente, Miriam Danowski, Regina Silveira, Julio Plaza, Carmela Gross, Marcello Nitsche, entre outros. Apesar das controvérsias a respeito das origens da videoarte entre os brasileiros, os estudos costumam apontar Antonio Dias como o primeiro a expor publicamente obras de videoarte - The Illustration of Art - Music Piece, 1971. 


ARTE AMBIENTAL (Land Art)

A Arte Ambiental é exposta ao ar livre, aproveitando o ambiente externo, das ruas e a natureza. O artista Walter de Maria realiza a obra “O Campo de Luz” em 1977. O artista colocou 100 pára-raios no deserto de Quemados no Novo México, EUA. A obra acontece nos dias de tempestade. Os espectadores têm que assinar um termo de responsabilidade, isentando o artista de culpa, caso sejam eletrocutados. 

INTERVENÇÃO


A noção de intervenção é empregada, no campo das artes, com múltiplos sentidos, não havendo uma única definição para o termo. Na área de urbanismo e arquitetura, as intervenções urbanas designam programas e projetos que visam à reestruturação, requalificação ou reabilitação funcional e simbólica de regiões ou edificações de uma cidade. A intervenção se dá, assim, sobre uma realidade preexistente, que possui características e configurações específicas, com o objetivo de retomar, alterar ou acrescentar novos usos, funções e propriedades e promover a apropriação da população daquele determinado espaço. 



O termo intervenção é também usado para qualificar o procedimento de promover interferências em imagens, fotografias, objetos ou obras de arte preexistentes. Intervenção, nesse caso, possui um sentido semelhante à apropriação, contribuição, manipulação, interferência. Intervenções podem ser ações efêmeras, eventos participativos em espaços abertos, trabalhos que convidam à interação com o público; inserções na paisagem; ocupações de edifícios ou áreas livres, envolvendo oficinas e debates; performances; instalações; vídeos; trabalhos que se valem de estratégias do campo das artes cênicas para criar uma determinada cena, situação ou relação entre as pessoas, ou da comunicação e da publicidade, como panfletos, cartazes, adesivos (stickers), lambe-lambes; interferências em placas de sinalização de trânsito ou materiais publicitários, diretamente, ou apropriação desses códigos para criação de uma outra linguagem; manifestações de arte de rua, como o graffiti.


Artistas bastante diferentes, como Richard Long, Christo, Richard Serra e Gordon Matta-Clark. No contexto brasileiro, alguns trabalhos de artistas como Flávio de Carvalho, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Cildo Meireles, Artur Barrio, Paulo Bruscky, Grupo 3nós3, Dante Velloni, podem ser considerados precursores das intervenções.


Para concluir: Os nomes vêm para designar as coisas e os fenômenos, logo, se estes se transformam e se ampliam, os nomes se transformam e se ampliam também. O importante é percebermos que as diversas técnicas ou as novas tecnologias são procedimentos que envolvem a utilização de materiais e recursos, sendo, portanto, meios que podem ser utilizados para o desenvolvimento de linguagens artísticas, mas não o são por si só. Para uma tecnologia se tornar uma linguagem artística é preciso que esteja inserida em um processo que envolve o desenvolvimento de uma linguagem. E este processo é de responsabilidade do artista. Os artistas estão sempre atentos aos novos meios e tecnologias que podem ser utilizados para que eles desenvolvam novas linguagens artísticas, são eles que fazem um simples objeto ou um material qualquer se transformar em uma obra de arte. 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Conceitos básicos da Arte Contemporânea

Alguns conceitos que se transformam na arte da contemporaneidade, no que diz respeito: 

1- Ao público 

  • Na Arte contemporânea, o espectador deixa de ser um contemplador passivo do estético, para se tornar um agente participante, um leitor ativo de mensagens. Muitas vezes a obra só se realiza na sua presença e com a sua participação. 
  • Sensibilizar o espectador é, então, menos importante do que fazê-lo refletir. 

2- Ao artista 

  • Este, além de ser um criador, passa a ser um propositor de idéias e/ou experiências, um manipulador de signos. 

3- À originalidade e a autoria 

  • A apropriação de objetos do cotidiano questiona o conceito de originalidade. 
  • A terceirização de etapas de construção da obra questiona o conceito de autoria. 

4- Às relações entre as obras e o tempo 

  • Obras efêmeras são criadas, fazendo-nos pensar sobre o conceito de obra-prima, que “dura para sempre”. 
  • Obras que se consomem no tempo, como as performances, permanecem apenas nos registros (fotografias, vídeos, etc.) e estes tomam o seu lugar como agentes nos espaços expositivos. 
  • A obra pode deixar de ser um objeto autônomo, resultado de um trabalho terminado, para se tornar um processo em desenvolvimento, inacabado por sua própria natureza (work in progress)


terça-feira, 8 de abril de 2014

Projeto Consciência Indígena - CECO 2014

Alunos/as do 2º ano do Ensino Médio (Turma 2009) apresentam uma encenação a partir da Lenda do Girassol (índios Ianomami) em projeto de valorização à cultura indígena que teve sua culminância no dia 07 de abril de 2014 no C.E Círculo Operário.