quarta-feira, 31 de março de 2010

Arte e Cultura Indígena no Brasil

Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só no Brasil, esse número chegava a 5 milhões de nativos, aproximadamente. Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro.

O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Pero Vaz de Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas e a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.

Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).

A organização social

Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.

A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprenda. Portanto, a educação indígena é bem prática e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.

As Crianças

Em geral, a vida das crianças indígenas (curumins) é bem diferente das nossas crianças.
Elas vivem muito integradas à natureza, participam das tradições de sua tribo. Aprendem muito observando os mais velhos em suas tarefas diárias.
Também se divertem muito. Tomar banho de rio é uma das diversões preferidas. Além disso, brincam de peteca, pião, jogos com sementes, dobraduras, bonecas.
Na maioria das aldeias, os pequenos índios também vão à escola.

Há momentos de contação de história, em que os mais velhos contam histórias para os curumins, há festas tradicionais em que as crianças participam e aprendem assim mais da própria cultura.
As crianças indígena são muito respeitadas, os adultos sabem e acreditam que elas estão sempre aprendendo.
Elas convivem com seus animais de estimação: cachorros, macacos, araras, quatis, papagaios.

Costumes

Os índios vivem principalmente da caça e da pesca. As tribos também plantam o milho, a mandioca e o fumo. Quando a caça faltava e a pesca se tornava insuficiente, os índios mudavam-se para outros lugares. Eram, portanto, nômades. Para a caça os índios usam o arco e a flecha. Pequenas setas são destinadas à caça miúda, como pássaros. Também sabem preparar armadilhas e imitam com perfeição as vozes dos animais, meio com que procuram atraí-los. Para a pesca os índios utilizam pequenas redes chamadas puçás, flechas, anzóis e plantas que atiram ao rio, como o timbó, e que atordoam os peixes, tornando-os presas mais fáceis e não fazem mal ao homem. De alguns grandes animais, como os tubarões e onças, extraem os dentes para fabricar pontas de flechas. Para obter o fogo os índios imprimiam, com a palma das mãos, um movimento de rotação a um pequeno pedaço de pau, cuja ponta se friccionava em outro, até formar uma chama que se comunicava a folhas secas.

Os adornos principais dos índios consistem em pintar o corpo com a tinta vermelha de urucum e azul do jenipapo; alguns furam as orelhas e os lábios, onde colocam pedaços de madeira ou botoques, nome que até serviu para denominar uma tribo, a dos botocudos.Também usam colares de contas, de dentes de animais ou de inimigos e enfeitam-se com penas de pássaros. Dos instrumentos musicais os índios conhecem o tambor, uma espécie de chocalho que é chamada de maracá, e a flauta de osso, denominada membi.

Os índios vivem em aldeias e, muitas vezes, são comandados por chefes, que são chamados de cacique ou morubixaba. A transmissão da chefia pode ser hereditária (de pai para filho) ou não. Os caciques devem conduzir a aldeia nas mudanças, na guerra, devem manter as tradições, determinar as atividades diárias e responsabilizar-se pelo contato com outras aldeias ou com os civilizados. Maior influência, porém, tem o pajé, o feiticeiro da tribo. Acreditam que ele possui poderes extraordinários: adivinhar o futuro, curar todas as doenças, transformar-se em qualquer animal e até tornar-se invisível.

Cada povo indígena tem sua tradição com relação à alimentação. Eles produzem sua própria comida, seja praticando agricultura para subsistência, em algumas tribos até vendem o excedente da sua plantação, seja por caça e pesca. O peixe, a banana, a mandioca e o milho são fontes de alimentação na maioria das tribos indígenas. Há tribos que consomem alimentos industrializados que compram com o dinheiro ganhado através do comércio de produtos típicos confeccionados nas aldeias e vendidos em feiras.

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