quarta-feira, 27 de julho de 2011

Exposição África Ancestral e Contemporânea – As Artes de Benin

Hoje visitei com algumas amigas, também professoras de Arte, a exposição "África Ancestral e Contemporânea - As Artes de Benin", no Centro de Arte Hélio Oiticica no Centro do Rio de Janeiro. Um ótimo acervo sobre a cultura do Benin. Passamos uma ótima tarde com uma visita guiada à exposição onde podemos conhecer um pouco mais sobre essa cultura tão importante para a formação da cultura brasileira. Vale a pena conferir!!! Recomendo!!!

"A África costuma ser lembrada como um continente pobre em que a fome, conflitos e doenças imperam. Mas, a África não é só isso! Ano passado tivemos a oportunidade de conhecer um pouco da África do Sul, mas o continente africano é muito rico culturalmente. Quem quiser conhecer um pouco da arte produzida em Benin, país que na época da Pangéia era grudado no nordeste brasileiro, pode ir visitar a exposição “África Ancestral e Contemporânea – As Artes de Benin” que está no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica.
A mostra reúne trabalhos de 9 artistas internacionalmente reconhecidos do país africano que tem profundos laços ancestrais.
A exposição se compõe de pinturas, esculturas, trajes africanos, elementos do culto Geledé, além de produções artísticas contemporâneas com materiais alternativos, assemblages, instalações, fotografias e vídeo sobre o Benin.

A entrada é gratuita e você poderá conferir até 04 de setembro.

Exposição África Ancestral e Contemporânea – As Artes de Benin
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica -Rua Luis de Camões, 68 – Centro (Próx. à Praça Tiradentes - Centro - RJ) - Tels: (21) 2232-4213 / 2232-2213. E-mail: caho@rio.rj.gov.br Até 04 de setembro Entrada Gratuita"
Texto: http://blahcultural.blogspot.com/2011/07/africa-ancestral-e-contemporanea-as.html



O Benin Está vivo Ainda Lá ou
Uma Viagem Sentimental às Antigas Terras de Daomé*
“Ó Benin, por tantas vezes sonhado, por tantas vezes imaginado vivendo preciosos momentos saudosos pelos Eguns de Porto Novo que vieram dançar só para nós! Quanta honra! Nesse encontro com essas divindades ancestrais conduzidas pelos velhos ogés do culto religioso, que dançavam ao som de muitos atabaques e tambores rufando, repetindo as falas de boas-vindas aos grupos.
(...) Nos planos dessa exposição incluímos ainda o fotógrafo Charles Placide; um barrista, Euloge Glèlè, um escultor de máscaras tradicionais Gèlèdes, Kifouli Dossou; um criador de roupas rituais dos Eguns e dos Gèlèdès, Pascal Adjinakou; o pintor de placas de propaganda, estabelecido em Cotonou, Lambustagor , e ainda o famoso Alphonse Yemadje, patriarca de uma família de criadores de apliques da história dos Reis Abomè, e a oficina de costura e bordado de Abdoul-Ramane. Esperamos ter feito um quase completo panorama da arte, do sagrado e do cotidiano do Benin. Estamos certos de termos fortalecidos os seus profundos laços de fraternidade com as antigas terras de Daomé, para além da história, da memória e da ancestralidade de uma viagem de descobertas para reafirmar que o Benin está vivo ainda lá e aqui ainda permanecem as suas ancestrais raízes.”
Emanoel Araujo
Curador


Trata-se de uma clara mostra da formidável potencialidade de um dos povos mais criativos da África – e que é, também, um dos berços fundamentais de todos nós, brasileiros. Uma das mais vigorosas raízes da nossa origem, da nossa identidade. De Benin vieram, escravizados, os homens e mulheres que deram vida e impulso para a economia do Brasil em seus tempos de colônia portuguesa desde o século XVI. Foram eles os responsáveis por boa parte da riqueza produzida no Brasil, nos tempos do açúcar e do ouro.
O Benin, terra da arte e da criatividade, raiz de todos nós, foi mostrado ao Brasil pela primeira vez por um antropólogo e fotógrafo estrangeiro de nascimento, brasileiro e africano de alma: Pierre Verger. E foi e é também a terra para onde regressaram muitos brasileiros depois da abolição da escravatura, os Agudas, que até hoje mantêm, lá, hábitos e costumes que seus antepassados levaram daqui nesse retorno. Passados os séculos, esta exposição retoma a vida e a arte do Benin, mostrando seus artistas mais representativos da atualidade, mas sem esquecer a tradição, o cotidiano da vida e da cultura daquele pedaço da África tão próximo de nós.

* Trecho extraído do catálogo O Benin Está vivo Ainda Lá ou Uma Viagem Sentimental às Antigas Terras de Daomé, Imprensa Oficial, São Paulo, 2007. (http://www.museuafrobrasil.org.br/conteudos/pgpadrao.asp?MTI6MjY6MDN8MTIw)

Fotos Pierre Verger: http://www.pierreverger.org/fpv/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1

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