terça-feira, 11 de junho de 2013

Texto - Arte Contemporânea no Brasil (Concretismo e Neoconcretismo)



Anos 50 no Brasil: Concretismo
          Concretismo: expressão dada pelo holandês Van Doesburg para designar os artistas que “construíam” uma nova estrutura de cor e espaço;
          As obras do Concretismo fogem da realidade e negam os conceitos acadêmicos da arte;
          Os poucos artistas brasileiros que se dedicam ao Concretismo, baseavam seus estudos em artistas do exterior (Kandinsky, Mondrian, Klee, Malevitch, Tatlin) .
Grupo Ruptura/SP (1952)
          Um grupo de sete artistas, a maioria de origem estrangeira residentes em São Paulo: Anatol Wladyslaw, Leopoldo Haa, Lothar Charoux, Féjer, Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, e o porta-voz oficial do grupo, Waldemar Cordeiro. Em seu manifesto, pretende-se romper com o "velho“, ou seja, "todas as variedades do naturalismo; o não-figurativismo, produto do gosto gratuito, que busca a mera excitação do prazer ou do desprazer"; Para eles, toda obra de arte possui uma base racional, em geral matemática. Na pintura, esses princípios correspondem à crítica do ilusionismo pictórico, à recusa do tonalismo cromático e à utilização dos recursos ópticos para a criação do movimento virtual. Lançam mão também do uso de materiais como esmalte, tinta industrial, acrílico e aglomerado de madeira, destacando a atenção do grupo ao desenvolvimento de materiais industriais.
Grupo Frente/RJ (1954)
          É mais livre de regras. Formados por Ivan Serpa, Ferreira Gullar, Lygia Clark, Lygia Pape, Aluísio Carvão, Carlos Val, João José da Silva Costa, Vicent Ibberson, Emil Baruch, Franz Weissmann, César Oiticica, Hélio Oiticica, Rubem Ludolf, Elisa Martins da Silveira, Décio Vieira e Abraham Palatinik. Os concretistas de São Paulo sempre acusavam os cariocas de não seguirem ou destorcerem as regras. O uso livre da cor pelos cariocas fez que com os paulistas dissessem que estavam ainda longe do verdadeiro Concretismo. As propostas e embates entre os grupos Ruptura e Frente, foram importantes para o desenvolvimento da modernização da Arte brasileira, por permitir novas linguagens o grupo do Rio de janeiro progrediu mais em suas teorias.
Grupo Frente x Grupo Ruptura
          A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas;
          A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a Arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da Arte brasileira.
Anos 50 no Brasil: Neoconcretismo
          A ruptura neoconcreta na Arte brasileira data de março de 1959, com a publicação do Manifesto Neoconcreto pelo grupo de mesmo nome, e deve ser compreendida a partir do movimento concreto no país, que remonta ao início da década de 1950 e aos artistas do Grupo Frente, no Rio de Janeiro, e do Grupo Ruptura, em São Paulo;
          O Neoconcretismo parte de uma aproximação entre trabalho artístico e industrial;
          Da arte é afastada qualquer conotação lírica ou simbólica;
          O quadro, construído exclusivamente com elementos plásticos - planos e cores -, não tem outra significação senão ele próprio;
          Menos do que representar a realidade, a obra de arte evidencia estruturas e planos relacionados, formas seriadas e geométricas, que falam por si mesmos;
          Os neoconcretos defendem a liberdade de experimentação, o retorno às intenções expressivas e o resgate da subjetividade;
          Recuperação das possibilidades criadoras do artista;
          Incorporação efetiva do observador - que ao tocar e manipular as obras torna-se parte delas, ou seja, participação do espectador no jogo da experiência estética;
          Tentativa de renovação da linguagem geométrica;
          O Movimento Neoconcreto é visto como divisor de águas na história das artes visuais no Brasil; um ponto de ruptura da Arte Moderna no país;
          Dois dos principais integrantes do Grupo Frente que deram origem a este Movimento foram: Ferreira Gullar e Lygia Clark.

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