Entender Arte Afro-brasileira desse modo pressupõe essencialidades. Afro-brasilidade seria uma particularidade resultante da africanidade e brasilidade presente em obras produzidas por pessoas de origem africana e/ou em obras nas quais elas estão representadas. A Arte Afro-brasileira seria, assim, a produção decorrente da fusão de princípios, práticas e elementos da arte africana aos da brasileira, sendo ou uma interpretação brasileira da arte africana,
ou da arte brasileira feita com jeito africano, ou, ainda, um artístico caminho do meio entre África e Brasil.
- ARTE AFRO-BRASILEIRA E RELIGIOSIDADE
Nas diferentes regiões africanas de onde vieram as pessoas que foram escravizadas no Brasil, a arte participava da representação física e simbólica das práticas políticas e religiosas. No Brasil, a arte sacra africana acabou passando por grandes mudanças para sobreviver. As religiões afro-descendentes tem destacado papel na preservação dessa arte, sendo, ainda hoje, o elo mais forte com as culturas africanas. A princípio proibidas, essas religiões foram por vezes toleradas pelos senhores de escravos, que visavam à manutenção de diferenças entre os negros provenientes das variadas regiões africanas e, assim, à distância, a desunião entre eles.
- AFRO-BRASILIDADE NA ARTE
A partir de grupos artísticos ou culturais de determinadas cidades (sobretudo Salvador e, depois, Rio de Janeiro), em variados meios plásticos (técnicas), sintonizados com as mudanças artísticas nas passagens do modernismo à contemporaneidade, aqueles artistas exploram caminhos ora icônicos, ora abstratos, simbólicos ou estruturais, configurando modos diversos de abordagem de temas e motivos diversos, sobretudo religiosos, mas para além da dimensão folclórica.
Alguns outros artistas da Arte Afro-brasileira contemporânea:
- Alexandre Vogler: “Fumacê do descarrego”, intervenção urbana, 2007.
- Antônio Dias: “Gigante dormindo e cachorro latindo”, objeto/assemblage, 2002.
- Antonio Manoel: “Bode”, performance, 1973; “O galo”, performance, 1972.
- Artur Barrio: “Máscaras”, 1974.
- Ayrson Heráclito: “Odé no Epô”, fotografia, 2007.
- Chico Tabibuia: “Exus”, escultura em madeira, 1995.
- Cildo Meireles: “Tiradentes: totem-monumento ao preso político”, 1970; “Black Pente”, 1972.
- Heitor dos Prazeres: “Ritual de Umbanda”, pintura, 1965.
- Hélio Oiticica: “Parangolés” (inspirados nas vestimentas africanas de Babá-Egun).
- Leandro Machado: “Lojas Africanas”, 2003.
- Lygia Pape: “Tteia”, instalação composta por fios dourados e prateados, 1976.
- Mario Cravo Neto: “Laroyé”, 2001.
- Mestre Didi: “Opa n’ilé – cetro da terra”, escultura, 1997.
- Pierre Verger: Fotografias.
- Rodrigo Cardoso: “Invocações”, 2003; “Iemanjá posto 6”, 2006.
- Ronald Duarte: “Nimbo/Oxalá”, performance, 2004.
- Rosana Paulino: “Parede de memória”, 1994.
- Rubem Valentim: “Templo de Oxalá e relevos emblemáticos”, 1977. “Painel emblemático”, 1977.
- Sebastião Salgado: Fotografias.
- Tatti Moreno: “Orixás”, esculturas em resina (Dique do Tororó, Salvador – Bahia).
Fonte: CONDURU, Roberto. Arte Afro-brasileira. BH: C/Arte, 2007. (Coleção Didática).
isso me ajudou muito
ResponderExcluirvc e muito legal meu
ExcluirAPARECIDA
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